sábado, 29 de maio de 2010

Sós(ou)

Escuro sem fim.
Nessa vida a solidão
Se esconde em mim.

.Ponto.

Escuro tem fim.
Ao teu lado a solidão
Se esconde de mim.

ando, endo, indo...

Estou (sempre) pra acontecer.
Na minha mente reticente
Aprendo a me desconhecer.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vinteeoitodemaiodedoismiledez

A verdade de hoje
Manchou a de ontem.

Luto

Numa paleta de dores,
O luto tinge de preto
Todas as cores.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Anônimo

Meu presente pro mundo
É minha ausência.
O vazio do buraco mais fundo
É que garante minha existência.

Parto a cada minuto
E volto no minuto seguinte.
É como se nunca estivesse aqui,
Nem nunca quisesse estar.

Mantenho a realidade
Em suspensão.
Sufoco a vitalidade dessa camada de vida
Em coma induzido.

A solidão me preenche.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Dia/Ida

Eu poderia
escrever uma poesia
por dia,
uma
por ida

E esquecer
da dor
de cada
despedida

Das lembranças
de você
despida
na avenida dos sonhos.

As memórias
reconstróem
histórias
histéricas
de personagens cadavéricas

Que somem
num mar
de sêmem natimorto,
preso num eterno porto
de portas soldadas

E soldados
por todo o entorno
que apagam o contorno
e liquidam meu conforto.

Eu poderia
escrever uma poesia
por dia
E nem assim,
Meu coração se livraria de mim.

No Cio

A cama vazia
Treme inteira de frio
Sem você no cio.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

De Quem?

Levei o dia inteiro
Pra perceber que o futuro
É de quem chega primeiro.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Lado Bom

O tempo que me marca
O rosto
Foi o mesmo que me mudou
De posto.

Aquele antigo presidente
Da minha vida fora deposto.
Reina hoje um menos exigente
E muito mais disposto.

Imposto não é mais nada.
Tudo é permissível,
Absolutamente questionável.
Intransponível não é mais nada.

Tá saindo o caminhão da mudança,
Que vai embora, mas me deixa a lembrança
De que o lado bom de mudar,
É mudar, simplesmente.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Silêncio de Quem Ficou, Doi Mais que o de Quem se Foi.

Ausência não sorri.
Você partiu,
Mas continua aqui.

Shh

Buzinas,
Conversas,
Discussões,
Palavras dispersas.

O motor dos carros,
O estresse de quem para.

Um sorriso gritado,
Um indeciso calado.

Amo esse silêncio
Aqui (dentro).

Canseira

Quando canso de esperar,
Não (des)espero.

Sobre o Futuro

nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei
nadasei

sábado, 8 de maio de 2010

Duplamente Consequente

A quatro mãos,
Espero reconstruir
Este velho coração.

Infinito a Dois

Oito deitado
Vira infinito
Ao teu lado.

VÃO (sou)

Livre como vão.
Triste, como não?

De Mudança

Caíram as flores.
Na chegada do inverno
Se vão os amores.

Sem Mobília

Coração vazio
No inverno da alma
Treme de frio.

Passados Amores Futuros

Memórias passadas,
Lembranças enterradas,
Sentimentos entrelaçados.

Química repassada,
Sensações resgatadas,
Encontros sincronizados.

Quem foi parte
Do meu passado,
Agora se mostra a certeza do meu futuro.

Passo 1

Em um passo,
Dois braços viraram
Um abraço.

Dois Meios

Sou felicidade,
Pois com você
Deixei de ser metade.

Chovo

Uma nuvem no céu
Esconde o Sol
E quem chove sou eu.

Haicai da Madrugada

No (meio) da noite
O escuro da sua ida
É meu eterno açoite.

Destempo

Quero as coisas no meu tempo.
Andando em fila,
Equilibrando o destempo.

Joguei as incertezas no ralo,
Abri a torneira
E me afoguei num interno embalo

De trocar o ar do passado
E os suspiros que tenho dado,
Por intensas imersões no futuro.

Fresta

Estrela cadente,
Rasga o céu do passado
E me dá essa noite
De presente.

Tempos Difíceis

Foram tempos difíceis.
Equinócios eternos,
Dores miscíveis.
Vilão silencioso, trajado em terno.

Escuros foram os dias. Todos.
Autofagocitação
Sem que ao menos minha alma
Pedisse permissão.

Estar triste não é
Permissível.
Muito menos
Impossível.

Recuperar-me
Parecia impensável.
Mas o esforço
Era imensurável.

terça-feira, 4 de maio de 2010

INFINITO menor

Eu já quis ir embora daqui.
Partir pr'uma outra,
Me esconder da minha própria sombra,
Assombrar o vazio que me sobra.

É difícil quando você
É o inverso de você mesmo.
Quando tudo o que você crê,
São apenas memórias a esmo.

Eu já quis ir embora daqui.
E andar por aquelas ruas
Onde parece ser sempre final de semana.
E cantar com o Sol que nunca se põe.

Vagar por aí, sem (precisar) seguir o fluxo.
Pegar o ônibus especial
[Ou até mesmo um espacial
E parar no ponto mais alto, onde o passado não venta.

Eu já quis ir embora daqui.
E terminar num lugar onde sorrir não me rasgue a boca,
Onde todo beijo seja de "oi"
E cada despedida revele um novo (re)começo.

Andar ao lado de quem vive de apreço,
Sem pressa, sem preço.
Onde o perdão se pede e o mal se perde,
Onde a luz no fim do túnel é apenas o começo.

Eu já quis ir embora daqui.
E minha vontade foi infinita.
Mas meu desejo de ficar,
Foi infinitamente MAIOR.

Terminal Pq. D. Pedro II

As ruas estão cheias
De vazio.
As cabeças de estresse,
Por um fio.

O mar de aço que antes
Era frio,
Agora borbulha sob a
INFINITA

Hora do rush.

Sem

Sem você
A vida é assim:
Como se os dias começassem
à noite
E a noite
Não tivesse









Fim.