sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Soa

Amor.
Quando sai da tua boca,
Me deixa seguro.

Tem um som diferente.
Soa como
Futuro.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O casamento da minha melhor amiga

O sim que hoje você diz,
Há 20 longos anos eu já o fiz.
E o tempo que andou com calma
É o que nos fortalece nesse amor além alma.

Na riqueza de sentimentos
E na pobreza de desentendimentos,
Estivemos fraternalmente casados
Sob os mais sinceros votos já jurados.

Nos aceitamos como os mais fieis irmãos,
Dispostos a consertar a quatro mãos
Todos os corações que se partiram pelo caminho
E apagar sem remorso todos os estranhos do ninho.

As lágrimas que nos fizeram derramar,
Hoje salgam as feridas abertas
De quem um dia se esqueceu do que é amar.

E as cicatrizes que hoje exibimos,
Não passam de lembretes íntimos
Da força que temos quando somos um.

Todas as estrelas que hoje estampam seu vestido,
Amanhã já terão virado pedidos.
E a felicidade que hoje de mim se apodera,
Aperta esse laço que nem mesmo a morte separa.

domingo, 14 de novembro de 2010

Eterno Retorno

Faz frio aqui.
Tão frio que não posso falar.
Tão frio que meu riso não ri.
Tão frio que me falta ar.

O coração parece meio morto.
Ou meio vivo.
O sangue corre meio torto.
Ou meio viúvo.

Tudo escuro.
É tanto escuro que me cega.
De olhos abertos ninguém enxerga.
De olhos fechados, é tudo meio claro.

A alma sai da alma.
Carne é o que resta.
Carne que infesta e destesta
A tão muda e tão branda calma.

É tudo vazio e intranquilo.
A poeira que se mexe, ensurdece.
As memórias disso e daquilo
Reviram e revoltam o que nunca a gente esquece.

Faz frio.
Um frio chamado vazio.
Que jorra aqui dentro
A cada vez que entro em mim.