quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Promessas Vazias

Promessas vazias.
Todas tão
Sedutoras.
Tão vivas.
Tão suas.
Tão minhas.
Promessas vazias.
Todas tão
Efêmeras.
Tão voláteis.
Tão débeis.
Tão sujas.
Tão minhas.
Promessas vazias.
Todas tão
Cheias de
Porra nenhuma.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nulo

Eu sou o que
Não existe.
Sou ausência.
Falta.
Vazio.
Sumo com
Qualquer
Vestígio
De presença.
Débil.
Vil.
Exilado.
Sumido.
Mudo.
Calado.
Sou o que
Não se é.
O que não
Se pode ser.
Vivo numa
Eterna
Abstinência
De viver.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Os Outros

Os outros
Não fazem
Pela gente
O que
Não fazemos
Por nós.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

cura

A procura
Não para.
Por outro.
Por outra.
Por mais.
Não para.
Jamais.
A busca
Não cessa.
Nunca.
Dois
E
Dois.
Todo mundo
Quer viver
Junto.
De alguém.
Em algum.
Lugar.
Mesmo que seja
Em lugar
Algum.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

(in)diferença

Pensa:
Pior que
Não fazer
Diferença
É fazer
Indiferença.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amar é para poucos

Nada te prende
A mim.
Nem que costurássemos
Coração com coração.
Nem assim.
Você estaria presa
A mim.
Então corre.
Corre enquanto
É tempo.
Enquanto o laço
Ainda é novo.
Enquanto o sofrimento
Ainda é pouco.
Corre.
Enquanto você
Só pensa em quanto.
Em quanto amor
Existe.
(Se existe)
Em quanto o amor
Resiste.
(Se resiste)
Corre.
Porque amar
É para poucos.
E talvez eu não
Seja um desses.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Amor não é
O bastante.
Vontade não é
O bastante.
Verdade não é
O bastante.
Razão não é
O bastante.
Perdão não é
O bastante.
Hoje não é
O bastante.

Viver não é
O bastante.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Suas Quatro Estações

Você.
Linda como
Uma primavera
Recém-chegada.
Viva.
Desabrocha
E espalha sorrisos
Pelo chão.
Bagunça.
Passa e dança.
Numa valsa de olhares.
Num tango de amores.
Fica.
Traz o verão.
Quente.
Sua.
Podia ser minha.
Brilha.
Traz o Sol
No olhar.
Esfria.
Chega o outono.
Passa.
E você tira
As folhas para dançar.
Some.
Ficam as árvores.
E os galhos.
E as coisas todas
Esperando você
Voltar.
Chega.
O inverno.
Chega e não passa.
Noites longas.
Mais tristes que
As mais melancólicas
Milongas.
Fico.
Eu.
Só.
De rimas
E versos
Vazios.
Nus.
Ansiosos
Pela próxima
Primavera.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meia vida
De tantos.
Uma vida
De quase.
O encanto
Do enquanto.
Viver está longe
De ser
Absoluto.
Desconfio.
De para sempre
E de nunca mais.

Para estar um passo
À frente,
Tenho sempre um pé
Atrás.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Não choro
Por quem
Não devo.
Não oro
Por quem
Não amo.
Não corro
De quem
Não temo.
Não morro
Por quem
Não tenho.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Finge

Você finge
Que tenta,
Eu finjo
Que acredito.
Você finge
Que pensa,
Eu finjo
Que evito.
Você finge
Que é,
Eu finjo
Que somos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Onde se esconde a verdade

Quem é cheio
De poréns
É cheio
De porões.

De nada

Eu fiz
De tudo.
Obrigado.
E você,
De nada.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Te incompreendo

Te incompreendo.
Incertezas.
Palavras misturadas
Com destreza.
Te incompreendo.
Você diz.
E retira.
E diz tudo de novo.
E retira.
Te incompreendo.
Na esperança
De um dia
Me compreender.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Não

Sinto muito.
Sinto muito.
Sinto muito.
Quem vive
Sentindo muito,
Não sente
Porra nenhuma.

Amor no Diminutivo

Aquela fase
Em que tanto
Vira quase.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fel

Raiva.
Pulsa.
Arromba
A porta.
Repulsa.
Expulsa.
Estraçalha
Os laços.
Te corta
Os braços.
Nada.
Não há
Nada
Que você
Possa fazer.
Nem temer.
Nem tremer.
Arranquei
Você
De mim.
Enfim,
O fim
Chegou.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Folie à Deux

Onde se entrelaçam
Pernas,
Se desatam
Amores.
Se desbotam
Temores.
Se encostam
Olhares.
Se dividem
Sorrisos.
Onde se enroscam
Dedos,
Se sufocam
Medos.
Se desloca
O tempo.
Se desenham
Planos.
Onde existem
Dois,
Existe
Um.
Um coração
Que não se cabe,
Não se comporta.
Uma alma
Que habita
Dois corpos.
Afinal,
Até a solidão
Precisa de alguém
Para viver.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Blindado

Sentimento sintético.
Intenso e cético.
Imenso e patético.
Suspenso e antitético.
Extenso e anestésico.
Sentimento sintético.
Híbrido. Desequilibrado.
Pútrido. Subestimado.
Sentimento sintético.
Parido em laboratório.
Pulsante.
Pulsante.
Pulsante.
Tremendo.
Imaginário.
Originário do fundo
Do fundo da alma.
Sentimento sintético.
Breve.
Branco como a neve.
Leve como as nuvens.
Intempestivo.
Sentimento sintético de
Coração biônico.
Blindado.

Desbota

Tudo desbota
Enquanto você vai
E não volta.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Necrópolis

Des-envolver
Para sempre;
Desenvolver.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Insensatez

Não me cabe tanta insensatez.
Nem sim, nem não.
O que me move é talvez.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

...

Noite vazia.
Úlcera estrelada.
Como brilha essa falta.
Borboletas me rasgam
O estômago.
Sumo numa escuridão
Que ofusca.
Sou uma multidão
Nefasta. Perdida.
Cada gota d'água
Transborda
A complexidade
Sem tamanho dessa paixão.
Ressentida. Ressecada. Reduzida.
Me perco em avenidas de sonhos,
Em becos e esquinas que tento,
Tento, tento e tento
Des-imaginar.
Essa ausência me corta.
Me abre em pétalas
Com uma lâmina afiada
Por milênios de angústias.
Segredos guardados
Num criado-mudo.
Silenciosos.
Trancafiados junto
À esperança.
Te sinto ainda,
Querida.
Como uma ferida
Quente. Aberta. Recente.
Te sinto ainda,
Querida.
Nesse martírio diário.
Excruciante. Lancinante.
Nessa dor reticente.

Ombros

De algumas
Coisas
A vida
Se encarrega.
As outras,
A gente
Carrega.

Desconstruir

O vazio
Que você
Deixou,
Não te
Deixa
Ir.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Chacina

Sou um jardim
De flores
Natimortas.
Involuídas.
Secas.
Jardim
De inverno.
Denso.
Escuro.
Regado
De mágoas.
Encharcado
De angústias.
Um cemitério
De suspiros
Cadavéricos.
De prantos
Incompreendidos.
Lápides e lápides
De um sofrimento
Empoeirado.
Palmos
De terra
Silenciosos
Que ecoam
No vazio
De lembranças
Que vagam
Com frio.
Segredos
Dilacerados.
Adornados
Por coroas
E buquês
Esquecidos.
A ausência
Me visita.
Regurgita.
Ressucita.
Sim.
O amor
É uma
Chacina.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Flor

Afogado
Na dor
De ser
Flor
E só
Florescer
Em você.

Dá pra explicar?

Toda
Lua Cheia
Tem
Buracos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Outro ou Um

Escolher
É
Não
Escolher.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Abismo II

Seus olhos
São espelhos.
Abismos
Sufocantes.
Profundos
No raso.
Profundos
No fundo.
Sugam.
Engolem.
Ruminam.
Regurgitam
A alma
De quem
Ousa
Olhá-los
De encontro.

Imundo

Quando o banho lava a alma, a sujeira entope o ralo.

Leve

É só o outono chegar
Que o vento tira
As folhas para dançar.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

TRINTA E UM

Inesperada.
Como uma
Chuva de verão.
Um arco-íris
Que corta o céu.
Corpos que tocam
O chão.
Debaixo de uma
Coberta pesada,
Suas mãos me
Acariciam a alma
E eu caio num abismo
De plumas.
Me afogo na leveza
Dos seus braços
Que viram abraços.
Das pernas entrelaçadas
Como estrelas enguiçadas
Num lindo trânsito infinito.
Conto o tempo que parou.
E vai continuar parando.
Como na noite
Em que nós dois
Viramos um.

Sofrer é preciso (de vez em quando)

Cama.
Cômoda.
Sensação incômoda.
Tropeço.
Desando.
Abajur.
Armário.
Necessário.
Sonho.
Acordo.
Sonho.
Durmo.
Fecho a janela.
Não pra impedir
O sol de entrar,
Mas pro escuro
Não sair.

domingo, 4 de setembro de 2011

Torrente

Salgo minhas feridas
Com lágrimas perdidas.
Densas.
Dor corrente.
Aberta.
Alma deserta.
Corpo fechado.
Janela pra rua.
Chove lá fora,
Molha aqui dentro.
Tempestade intempestiva.
Prendo a respiração...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Realidades Perpendiculares

Me visto de sonhos.
Todos milimetricamente
Não planejados.
Simetricamente desalinhados.
Sutilmente desajustados.
O improvável me fascina.
Me tira o controle.
Me embrarca numa surpresa
Reticente.
Num futuro gerúndio.
Eu vou sonhando,
Vivendo,
Sorrindo,
Tecendo melodias
Em notas desnudas.
Vazias de compreensão.
Silenciosas.
Avessas à razão.
Sou apaixonado pelo
Pulsar do inesperado.
Vivo pelo que sonho.
Pois o que sonho,
Não cabe onde vivo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Posfácio

Repouso eterno.
Impulso interno.
Cinzas se perdendo.
Tempo desprendendo.
Laços se desfazendo.
Montanhas de amor desfalecendo.
Deito e reaprendo.
Feito.
Não me arrependo.
Fito.
Me surpreendo:
O futuro não será,
Está sendo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Regurgito

Recordo rancor.
Remorso com dor.
Repulsa e temor.
O que ficou guardado
Vai ser lembrado.
Relembrado.
Requentado.
Réquiem recitado.
Morto e desenterrado.
Torto e desenfreado.
Não cicatrizado.
O fim não é meu
Chegado.

Meio assim

Meio-fio.
Meio frio.
Todo fim.

Eu + Eu

Sou só
Se sou
Seu.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quinze

O que me rasgava
Hoje me sutura.
A mentira que engasgava
Não mais tortura.
Eu me libertei.
Te abortei.
E vou continuar nascendo.
Amanhã e de novo.
Novo. Sendo.
Todos os dias.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nada

silêncio
virou
barulho
sentimento
virou
entulho
tudo
desmorona
a cada segundo
tudo
me purifica
e me
deixa imundo
nada
nada
no mundo
me cura
de mim.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Do Alto

É estranho como soa:
De quanto mais alto
Você cai,
Mais você voa.

terça-feira, 26 de julho de 2011

É...

É duro ser flexível.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quarto

Ódio é o amor
Que não subiu
Ao pódio.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Simetria

Sou vão
Se você
Não vem.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cabe?

O que cabe dentro
De nós
Não cabe dentro
De dois.

Embutido

Teria desistido.
Sorte: meu coração
É embutido.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Intragável

O incrível
Me é
Intragável.

Escorre lento,
Queimando.
Como vento.

Bagunça. Revira. Resmunga.

Se não
Se pode
Crer,
Não se
Pode
Ser.

Nem aqui.
Nem ali.
Nem ali.
Nem aqui.

Inacreditável.
Não-crível.
Incrível.
Mentira.

Verdade.

É tudo.
A porra.
Da mesma.
Coisa.

domingo, 8 de maio de 2011

As memórias
Que vivo,
Me matam.

terça-feira, 19 de abril de 2011

No Fundo

Eu ligo.
Pro que faço.
Pro que digo.

Não digo.
O que penso.
O que sinto.

Eu sinto.
O que minto.
É instinto.

Distinto.
Do mundo.
De mim.

No fundo.
No fundo.
Eu vivo.

Vivo.
Por não ser
Tão profundo.

Por ter saído
Do fundo.
E não ser dono do fim.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Guardado

Tá tudo guardado
Naquele lugarzinho
Chamado passado.

Eu Não Recebo Mais As Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios

Era uma vez.
Mas foram duas
E três...

domingo, 3 de abril de 2011

Ode à Tristeza

Ó, tristeza minha,
Só um defeito tinhas:
Era minha.
E de mais ninguém.

sábado, 2 de abril de 2011

Salgada

A tristeza.
Que pesa.
Que passa.
Que pisa.

Doída.

A tristeza.
Que grita.
Que fita.
Que fica.

Imóvel.

A tristeza.
Que mancha.
Engancha.
Encharca.

Profunda.

A tristeza.
Que chora.
Que corre.
Que morre.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Que Tanto Faço, Tanto Faz.

Não dá mais.
Eu faço tanto
E você tanto faz.

terça-feira, 8 de março de 2011

Perdão Não Se Pede. Porque Não Se Perde.

Perdão.
Se pede a Deus.
A mim, não.

É.

Tudo acontece.
É.
Pode acontecer.
De novo. E.
De novo.

E ponto.

Pode.
Pode.
Mesmo.
Coincidência.
É. Pode.

Nada desacontece.
Não. Nada.
Nunca. Desacontece.
Coincidência?
Não. Nada desacontece.

E ponto.

Nem hoje. Nem ontem.
Nem.
Nunca.
Nunca mesmo.
Nada desacontece.

E pronto.

Coincidência é tudo
Acontecer por coincidência.
Tudo.
Sempre.
Só coincidência.

E pronto.

Pronto?
Só coincidência.
Só.
Coincidência?
Coincidência é eu ainda acreditar.

Em você.
Em coincidências.
Em tudo.
Em nada.
Em sempre.

Nunca. Mais.
Vou.
Nunca.
E pronto.
E ponto.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ranço

Viver
[às vezes
é amargo.

Deixa um
Ranço na
Boca.

O tempo passa.
O gosto fica.
O tempo passa.
Teu rosto fica.

Ser real
[às vezes
doi.
Corroi.
Destroi.

Um laço.
Dois braços.
Cem passos
No vazio.

Eu passo.
Você fica.
Eu posso.
[Te fazer ir.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O longo caminho mais curto

Quem jura em vão,
Perde mais tempo na hora
De recolher o caráter do chão.

Invasão?

Você que abriu a porta e me deixou entrar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Essas Promessas

Promessa é dúvida.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ai

Toda mentira doi porque é de verdade.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Não sei.

Você engoliu seco. Tão seco que deu pra ouvir seus músculos se retorcendo e você torcendo pra que suas lágrimas demorassem mais a cair.
Foi quando nós dois caímos. Caímos no abismo de nós mesmos. E ficamos viajando na lacuna do nosso desamor. Foram minutos atemporais que transformaram em ruínas, com implacáveis temporais de dúvida, raiva e desafeto, esse nosso laço recém-desatado.
Nesse desatino, nosso destino parecia ser comum. Um para cada um. Um separado do outro.
No entanto, algum encanto foi chegando pelos cantos e me tocou pelo lado de dentro. Me trouxe de volta pro centro e me despertou desse pesadelo brevemente perpétuo.
Hoje, eu tenho saudades. Saudades do amanhã. Fico indo e vindo nessa realidade bastarda e me afogo nas minhas próprias memórias. Não sei se você vai me estender a mão ou vai dormir na sua cama de dúvidas.
Não sei se você é de verdade ou deixou de ser mentira.
Não sei.