do outro
a gente nunca
sabe tudo
sempre há
um pedaço
que grita
e outro
que fica mudo
o que do outro
a nós é oculto
milagrosamente
transforma clareza
e verdade
em vulto
o que a gente
não sabe
é sempre
o que mais
arde.
domingo, 31 de março de 2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
carne e alma
um corpo junto
a outro
invadindo-se
por um momento
moldando-se um
ao outro
como molda-se
a água a um copo
como molda-se
a vontade a um topo
como molda-se
o pouco a um todo
dois corpos juntos
sendo juntos
apenas um
sendo todos
apenas sendo dois
trocando seus pesos
suas densidades
trocando por agora
seus depois
trepando seus interiores
seus íntimos valores
até deixarem
seus estados anteriores
de corpos orgânicos
de doença pecado pânico
perecíveis
e virarem almas
- corpos limpos eternos
invencíveis.
a outro
invadindo-se
por um momento
moldando-se um
ao outro
como molda-se
a água a um copo
como molda-se
a vontade a um topo
como molda-se
o pouco a um todo
dois corpos juntos
sendo juntos
apenas um
sendo todos
apenas sendo dois
trocando seus pesos
suas densidades
trocando por agora
seus depois
trepando seus interiores
seus íntimos valores
até deixarem
seus estados anteriores
de corpos orgânicos
de doença pecado pânico
perecíveis
e virarem almas
- corpos limpos eternos
invencíveis.
segunda-feira, 11 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
move-dor
erga
um monumento
adore por
um momento
sua dor
sem ela
você chega
até aqui
com ela
aonde for
um monumento
adore por
um momento
sua dor
sem ela
você chega
até aqui
com ela
aonde for
segunda-feira, 4 de março de 2013
sexta-feira, 1 de março de 2013
circunscrito
nenhum poema
diz tudo.
só consegue dizer
o que sua estrutura
permite
o que não vai além
do seu próprio
limite.
ainda que o poema diga
– em si mesmo
em seu tudo –
é como se tentasse
dizer como se fosse
quase mudo.
sempre haverá
algo (a mais) a ser dito
já que o poema
só existe em si circunscrito.
diz tudo.
só consegue dizer
o que sua estrutura
permite
o que não vai além
do seu próprio
limite.
ainda que o poema diga
– em si mesmo
em seu tudo –
é como se tentasse
dizer como se fosse
quase mudo.
sempre haverá
algo (a mais) a ser dito
já que o poema
só existe em si circunscrito.
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